quarta-feira, março 22, 2006

create new post

há quem pense em línguas estrangeiras.
mas pensar em blog é um exercício muito mais excitante.
arranjar um bom título.
encontrar as palavras certas, arrumá-las numa frase curta e incisiva, bem esgalhada.
dar enters.
pôr os pontos finais.
escolher preview, contemplando narcisicamente os caracteres.
hide preview.
alinhar à direita.
alinhar à esquerda.
alinhar ao centro.
(o estilo justificado anda pelas ruas da amargura)
editar html, se for caso disso.
e por fim...
e por fim, publish post.

ultimamente acontece-me muito, esta coisa de pensar em modo blog.
no meu dia-a-dia, e nas mais diversas situações, fantasio responder a isto ou àquilo em posts, linkar esta ou aquela pessoa, inserir uma hiperligação para aquela ocorrência caricata.
apesar do perigo de se poder transformar num processo algo neurótico, uma coisa é certa: o blog que me vai pela cabeça é muito diferente deste. arrisco mesmo a dizer que aquele sim, é o verdadeiro blog.

sábado, março 18, 2006

variações

em frente não havia mais nada, não.
em frente não havia mais nada.

domingo

debaixo de um guarda-chuva.
numa avenida suja.
numa mesa de café.
um café qualquer.

pelo espelho vejo-o, mesmo atrás de mim.
olha-me para dentro.
sorri.
e o terror abraça-me.
visita inoportuna num domingo de chuva.
um domingo qualquer.

sorvo o resto do café doce
e fecho os olhos
no espelho.

continua a chover.

vertigo

algo me chama para o fundo.
de mim.

algo me chama para o fundo.
do abismo.

algo me chama para o fundo.
do sal.

mergulho em mim.

olha-me!

todo eu sou azul.
a paz.

todo eu sou negro.
o desconhecido.

todo eu sou vermelho.
o prazer, vida.

todo eu sou branco.
o puro.

falta-me o verde.
a esperança.

viste?
sou quase um arco íris.
sem nunca ter chovido.


hugo miguel martins

avalanche

talvez aquele sonho,
um dia,
caia em cima de mim.


pedro goes

bandas sonoras da vida


diz-me que solidão é essa que te põe a falar sozinho.
diz-me que conversa estás a ter contigo.
que viagem é essa que te diriges em todos os sentidos.

mas tu estás sempre ausente.
e não te conseguem alcançar.


fragmento de sempre ausente, 1983, antónio variações

psico-urbe

caos de pedra.
cimento armado da minha consciência.

terça-feira, março 14, 2006

waitamoment

vou ali fazer uma opa, já venho