sábado, março 18, 2006

domingo

debaixo de um guarda-chuva.
numa avenida suja.
numa mesa de café.
um café qualquer.

pelo espelho vejo-o, mesmo atrás de mim.
olha-me para dentro.
sorri.
e o terror abraça-me.
visita inoportuna num domingo de chuva.
um domingo qualquer.

sorvo o resto do café doce
e fecho os olhos
no espelho.

continua a chover.