sábado, fevereiro 23, 2008

huh!

já a pensar no concerto de julho, hoje fiz a faxina ao som dos rage against the machine. fartei-me de pular e transpirar e diverti-me à grande. estes moços são a prova viva das maravilhas que se podem fazer com um sentimento tão negativamente cotado como a raiva. tanto na música como na lida da casa.

sábado, fevereiro 09, 2008

quinzinho

dizem por aí que o homem por detrás do fabuloso 'quinzinho' de floripes, é actor amador de um grupo de teatro olhanense e é funcionário de um banco, em faro. dizem também que tem havido muita pessoa a ir ao banco só p'ra abardinar, coisas do tipo 'quinzinhe! moç, quinzinhe, ouvi dezer qu'arranjaste fêmea!'

um dia destes sou capaz de ir lá fazer um depósito.

floripes

vi o floripes duas vezes. é muito bom e equilibra muito bem documentário e ficção. e foi filmado em olhão, uma cidade e gentes de que gosto tanto. já tinha amado o autografia, sobre o cesariny e aguardo com expectativa o documentário que o miguel gonçalves mendes está a preparar sobre o saramago.

acho muita piada que o floripes tenha legendas. está a ter um sucesso enorme aqui no algarve, duvido que fora daqui alguém lhe ache tanta piada e lhe perceba tanto o alcançe como nós, algarvios. esteve em cena nos cinemas sbc do fórum algarve, em faro, desde a estreia, a 20 de dezembro, até à última quarta-feira, dia 6 de fevereiro. muitas sessões esgotaram. consegui levar a minha mãe a ver o filme, ela que não ía ao cinema há anos.

estou amuada com a antena 1, não ligaram nenhuma ao filme. quem me conhece sabe que tenho este grave problema, o de ser viciada na antena 1. adoro o cinemax, de tiago alves e com o crítico joão lopes (um pouco enjoadinho, este senhor) e fiquei desiludida de não se terem dado ao trabalho de dizer uma palavra que fosse sobre o filme do miguel. bah!

(p.s.: não gosto do cartaz, acho que foi uma escolha gráfica infeliz, embora perceba a intenção. em compensação, a banda sonora é deliciosa.)

sonhos

uma noite destas sonhei que eu e o r. tinhamos uma filha. estávamos os três a atravessar uma ponte e a nossa filha estava ao meu colo. atravessada a ponte, dirigimo-nos a um edifício, com vários palestinianos (?!) à porta. um deles recebeu-nos com um sorriso e estendeu o braço esquerdo a indicar a entrada. aflita, lembrei-me que a nossa filha usava uma kipa (?) e procurei tirá-la, mas afinal ela tinha caído e estava no asfalto da ponte, atrás de nós. aliviada, pensei: "graças a deus, assim não vão perceber que somos judeus!..." what the fuck??!!!!

na noite anterior tinha sonhado que tinha três coisas p'ra fazer: uma às 4h da manhã, outra às 7h e outra às 10h. mas não sabia o que era! acordei várias vezes, estremunhada. estava toda trocada e confusa. levei montes de tempo a perceber que era tudo treta. que bobona.

sexta-feira, janeiro 11, 2008

aos interessados

a bocc publicou a minha monografia on-line na semana passada.

podem encontrá-la aqui: http://bocc.ubi.pt/pag/silva-claudia-auto-representacao-discursiva.pdf

os meus agradecimentos ao paulo serra e à catarina rodrigues.

terça-feira, janeiro 08, 2008

eu escrevo o meu próprio livro sagrado, obrigado

assim com'assim, as pessoas devem ser tratadas da forma que merecem, de acordo com o tratamento que nos dispensam. essa coisa de oferecer a outra face se te esbofetearem ou de deixar de comer e morrer à míngua se invadirem o teu país, além de serem coisas completamente estapafúrdias, são altamente injustas e constituem uma grande perversidade. do tipo, se te fizerem o mal responde com o bem e o bem prevalecerá.... bla bla bla zzzzzzzzzz que perfeito disparate! (a)'tão eu vou fazer bem a quem me faz mal? que falta de amor próprio! que falta de dignidade! quando muito defendo-me e/ou viro as costas e vou-me embora, tentar ser feliz noutra freguesia! agora sacrificar-me para o bem de quem me fez mal... ora que invenção mais irracional. o "zazus" e o "gandy" foram grandes bobões. as "grandes linhas gerais" da cultura humanista em geral e judaico-cristã em particular foram inventadas por uma cambada de neuróticos. bahhh

sábado, dezembro 29, 2007

bandas sonoras da vida

não aponte o dedo
para benazir butho
seu puto
ela está de luto
pela morte do pai

não aponte o dedo
para benazir

esse dedo em riste
esse medo triste
é você

benazir resiste
o olho que existe
é o que vê


benazir, 1995, chico césar

terça-feira, dezembro 11, 2007

façam de conta que não parece um momento pub

em março deste ano foi-me diagnosticada psoríase palmo-plantar, com lesões severas. foram-me receitados uns comprimidos que me custaram € 20,00 e que nunca cheguei a tomar, pois li primeiro os efeitos secundários, dos quais não fui informada pela incompetente dermatologista. consulta pela qual paguei € 75,00. entre esses efeitos, destaco o fabuloso: risco de mal formações no feto, em caso de vir a engravidar, até 3 anos depois de ter parado de os tomar. estou em idade fértil, ainda não fui mãe e gostava de vir a ser. de preferência de uma criança saudável. foi-me receitada uma pomada que me custou cerca de € 30,00 e da qual comprei várias bisnagas (60 g) e que não fez mais efeito do que o creme gordo que já vinha usando por indicação da minha querida mãe. comecei a usar diariamente um emoliente, no banho, a cerca de € 13,00 por embalagem. aliviava, mas não fez nenhuma maravilha.

as lesões tinham começado em outubro do ano passado: umas pequenas bolhinhas transparentes, quase imperceptíveis, que se foram alastrando nas palmas das mãos e plantas dos pés e passando por várias fases, até formarem lesões secas, bastante incomodativas e feias. a pele estalava toda e descamava. tive muitas dores. sentia-me um alien. o meu verão foi horrível: tive que comprar umas sapatas de neoprene para conseguir andar na areia da praia e ir ao mar. comprei-as numa loja de artigos de mergulho, custaram cerca de € 25,00 e só havia em preto. não fazia 'pendant' com o meu bikine verde-alface. fui uma mulher muito infeliz neste último verão: bater chinelo por aí era coisa insuportável e tinha vergonha de usar sandálias. passei a esconder as palmas das mãos - comecei a perceber que gesticulava muito e tentava controlar-me.

descontente da minha vida e com os deprimentes tratamentos que me foram receitados, comecei a investigar por conta própria. vasculhei a internet - sites de associações de psoriáticos de tod'ó mundo, sites sobre dermatologia e assim. aprendi muito sobre a doença, mas soluções práticas que é bom, nada. eis senão quando em agosto leio um depoimento, numa comunidade do orkut sobre psoríase, de uma senhora que não se cansava de gabar as qualidades do aloé vera. a senhora avisava que pode não resultar da mesma forma com todas as pessoas, mas que no caso dela e da filha, resultou na remissão total da doença. decidi experimentar. tudo o que fiz foi dirigir-me a uma loja de produtos naturais e procurar por um gel com elevado grau de concentração de aloé vera - encontrei um com 98%, 200 ml, com extracto de árvore do chá (não sei o que é, mas cheira bem), pela módica quantia de € 10,00. notei evolução desde a 1ª aplicação e à medida que as semanas iam passando, o impossível acontecia: a severidade das lesões foi sempre diminuindo. hoje, passados cerca de 4 meses e meio, praticamente não se nota que tenho psoríase.

há coisas fantásticas, não há?

quinta-feira, novembro 29, 2007

cansei de ser bobona

olhando para trás, agora já com algum distanciamento, posso dizer - com toda a tranquilidade - que 2005 foi um ano terrível. isto, partindo do princípio que é possível traçar perfis anuais da vida da pessoa, do dia 1 de janeiro ao dia 31 de dezembro, que acho não, mas vou-me vergar a isso, pois sou péssima em datações mais precisas. uma das razões deste post é exactamente perpetuar a memória dos acontecimentos pois, se bem me conheço, daqui a uns aninhos já não sei sequer se foi neste século ou no passado. e sei que vou gostar de ler isto.

em 2005 tudo se desmoronou, disso tenho eu a certeza. muitas coisas terão concorrido para isso, mas não há pachorra para desfiar o rol agora. já passou. ou melhor, houve transformações, redifinições, regenerações. foi um processo longo e penoso. mas o que não te mata faz-te mais forte.

não me interessa - nem nunca interessou - perceber se estava em depressão, com um estado depressivo blá blá blá e/ou outras nuances que tais. o sofrimento psicológico tem muitas formas, mas basta-se a si próprio como definição. eu só precisava que alguém idóneo me garantisse que eu não estava louca e que a situação poderia mudar. e isso aconteceu. já corria então o ano de 2006.

é curioso como, até 2006, eu pensava que as pessoas não mudavam. que a maneira de pensar e de agir de uma pessoa eram quase uma espécie de impressão digital indelével. muito do que se passava à minha volta parecia confirmar-me isso. mas como estava enganada! passei a odiar - e desprezar - de uma forma totalmente nova e enérgica, todo o tipo de determinismos, verdades absolutas, certezas, manipulações. passei a aceitar que tudo muda, a todo o instante, que quem pensa que nada muda é, no mínimo, tolo. e isso permitiu que me tornasse - finalmente - uma pessoa livre. e deu-me paz.

ao mudar a minha maneira de pensar, eu mudei. além disso, passei a conhecer-me muito melhor. a ouvir e a perceber a minha vontade. a gostar mais de mim. hoje sei muito bem o que não quero. e fiz alguns novos bons amigos. uma das coisas mais importantes que aprendi foi a rejeitar coisas - situações, relações, experiências - que sentia que me faziam mal, apesar de terem uma - enganosa - aparência de benfeitoria. rejeitar algo que parece bom, mas que me faz mal. uma lição apenas aparentemente simples. por outro lado, havia coisas na minha vida que eu classificava de más - por pressão social, cultural, etc. - mas que me faziam muito bem. e passei a aceitá-las e a vivê-las, sem complexos nem preconceitos. resumindo e concluindo, em 2006 passei a ser dona da minha vida e 2007 foi o ano da consolidação de tudo isto.

o que é que me espera em 2008?
não faço a mínima ideia, mas... "look at my face: am i bothered?"

sexta-feira, outubro 12, 2007

p'ra começar bem o dia (aviso: post cheio de gerúndios)

estava eu bebendo o meu café matinal, na avenida do costume, quando avisto um moço envergando uma t-shirt com um monumental "451" e subindo a dita avenida.

fixo o olhar no 451, como que hipnotizada pelo literário número e perguntando-me se o moço saberá alguma coisa acerca da insígnia que traz ao peito. e acho que sorri, impávida.

subitamente, o 451 estaca junto da minha mesa, preenchendo todo o meu campo visual e eis quando o moço me pede fogo para acender um cigarro.

451 e fogo, logo pela manhã! pode não parecer, mas foi bonito.

quinta-feira, setembro 20, 2007

"if you believed they put a man on the moon..."

confesso que gosto de uma boa conspiraçãozinha...

http://www.afraudedoseculo.com.br/index.htm

terça-feira, setembro 04, 2007

setembro

uma coisa boa é que os turistas desaparecem e a praia volta a ser nossa.
a água 'tá mais mais quente, por causa do mar de fora e tal.
em contrapartida, começa a desova do peixe aranha.
mergulhos ao fim da tarde é p'ra esquecer, pois é a hora preferida dos bichos.
uma mézinha eficaz é mergulhar o pé em água quente com lixívia.
o pé ou a mão, a mim já me aconteceu, armada em esperta a apanhar conchinhas no fundo do mar.
esqueçam o "salva" vidas, nunca tem spray nem sabe mézinhas.

quinta-feira, junho 21, 2007

world furniture

móveis de tod'ó mundo

terça-feira, junho 19, 2007

self-indulgence

faço parte daquele grupo de pessoas, vagamente arrogantes, que considera ridículo dizer "tipo" por tudo e por nada.
no entanto, "tipo" acaba por ser prático e satisfatório.
(assenta que nem uma luva, cai que nem ginjas, simplifica a vida à pessoa)
concluo que sou pouco preconceituosa comigo própria.
permito-me certas loucuras gramaticais e vocabulares impensáveis.
quem diria ver-me com 30 e poucos anos e um ego destes!
hein?

fantasia delirante

então é assim: tudo começa com uma conversa banal, mas depois vem a necessidade [tipo, the urge] de compreender tudo, entender tudo, analisar tudo. tud'e tud'e tud'e. (ou então também pode ser só em pensamentos. pensar também acaba por ser uma conversa comigo própria. humpf. adiante.)

começa como um pequeno fio da roupa que puxo com os dentes e enrolo entre os dedos, cresce para novelo e a dada altura é uma bola de neve (tipo neve mas de pêlo, ou seja, grande mas de tecido ou afins para a sequência ter nexo. humpf. adiante)

a dada altura já me dói a'(i)alma de tanto pensar, de tanto interpretar, de tanta leitura fazer, de tanto analisar. como se tivesse um botão que não conseguisse desligar. (ou melhor, quisesse ter um botão mas ele não existir, qu'isto das metáforas é muito bonito quando se é de carne e osso. menos osso e mais carne. humpf. adiante)

a fantasia delirante consiste nisto: aparece uma clone minha que me dá um grand'(a)staladão e diz em estrangeiro: "analise that!!!"

encontro esta fantasia estupidamente libertadora. [tipo, i find]