sábado, dezembro 31, 2005

a marcha dos pinguins, de luc jacquet


é uma fita impressionante. em todos os sentidos.
um documentário ficcionado que está a ser um sucesso de bilheteira.
uma equipa de filmagens que aguentou 13 meses na antártida.
uma história de amor, coragem, esperança e vida.
e uma banda sonora mágica por emilie simon.

sexta-feira, dezembro 30, 2005

"corpse bride"



goste-se ou não do estilo, tim burton é genial.
há que dizê-lo com frontalidade.
(banda sonora brilhante por danny elfman)

desejos para 2006

a paz

o pão

habitação

saúde

educação

(de um poema de sérgio godinho - 1974)

segunda-feira, dezembro 26, 2005

uma bonita colectânea...

"2005 em imagens" é um título enganoso.
porque mais do que as imagens seleccionadas, são os excertos dos blogs, à moda a que o posto de escuta nos tem habituado, que marcam a diferença.
dispensem 5 minutinhos do vosso tempo. é delicioso...

blogoterapia (2)

espíritos aflitos, perdidos nesta blogosfera hostil, podereis encontrar algum consolo nas sábias palavras aqui linkadas, com o reconfortante título "os direitos do blogger".

blogoterapia (1)

- então, o que é que traz cá o seu blog?
- uma branca ...
- como assim?
- desde o dia 3 que não se passa nada...
- não se passa nada, como?
- nenhum post.
- e além disso, mais nada?
- umas actualizações nas hiperligações, mas nada de especial...
- hum... hum... estou a ver...

sábado, dezembro 03, 2005

"condição de louco"

ela tem a frescura infantil de uma adriana calcanhoto.
a doçura de uma vanessa da mata.
a garra de uma cássia eller.

quando os singles começaram a passar na rádio, muita gente a confundiu (mea culpa) com alguns dos valores já consagrados da música brasileira.

as comparações não menosprezam o seu trabalho.
nem o seu talento. nem a sua originalidade.
bem pelo contrário. só vêm confirmá-los.
porque não é muito usual editar um primeiro disco, aos 25 anos, com a qualidade deste "condição de louco". danae ainda vai dar muito que falar.

nasceu em cuba, filha de pai cubano e mãe cabo-verdiana.
cresceu em cabo verde, numa família de músicos.
canta com sotaque brasileiro "por ser essa a música que mais a influenciou e com a qual se sente mais à vontade", explica à imprensa, e vive em portugal desde os 18 anos. mas canta também em crioulo.

compôs todas as letras e músicas do disco.
são 11 pérolas inesperadas.
(mais uma bónus track em inglês - uma reggae beat musculada com uma letra algo politizada, onde experimenta uma nova faceta na voz e no estilo)
ritmos fortes, boas malhas.
prosa rija, consistente.
tudo embrulhado numa envolvente suavidade melodiosa.
da sua voz e dos excelentes arranjos musicais.
transpira ousadia, segurança e poesia.
as suas canções falam da vida, sem pudores provincianos.
despe-se assim, com o à vontade de quem ainda agora aqui chegou e não tem nada a perder.

danae esteve em faro no dia 23 de Novembro, no bar "os artistas".
cantou e tocou violão, acompanhada por luís martins, também com viola acústica.
não é muito fácil cantar assim, sem rede.
danae consegue-o.
porque tem muito talento.
o público vibra. envolve-se. deixa-se levar.
danae é segura. sabe o que está a fazer. entrega-se à música.
parece um rapaz irrequieto em palco. é tesa.

no fim do concerto, acabei por trocar umas palavras com danae.
uma amiga comum, que a conhece de cabo verde, apresentou-nos.
danae parece ser uma pessoa muito especial.
tem a naturalidade própria de quem gosta muito do que faz.
e de quem o faz bem.
desejo-lhe todo o sucesso do mundo.

spooky!



parkour é o nome de um desporto radical urbano, que nasceu há cerca de 10 anos nos subúrbios (hum...) de paris (hummmm....).

confesso que nunca tinha ouvido falar.

estava a ver o pop up na :2 hoje à tarde quando passou uma peça sobre este interressante conceito - dizem os praticantes (traceurs é a designação oficial) que o parkour é uma filosofia de vida: ultrapassar os obstáculos físicos urbanos (escadas, telhados, baldes de lixo) serve como um treino para ultrapassar obstáculos sociais.

esta modalidade foi criada por david belle e sebastian foucan e, segundo o site oficial do parkour em portugal, "tem bases na cultura urbana, nas artes marciais e nas filosofias orientais - a essência do parkour é liberdade de movimentos".

sexta-feira, dezembro 02, 2005

"... frágil... esta noite estou tão frágil..."










tom é a fita.
tudo gira à volta dele.
é interessante.
complexo.
contraditório.
tem pinta de mânfio.
mas é frágil.
tem pinta de homem que sabe o que quer.
(como nos velhinhos anúncios da denim)
mas não sabe.

a fita tresanda a anos 70.
tom também.
com o seu guarda roupa demodé.
e as suas botas de tacão alto.

tom avança pela noite.
pelo sonho (adiado) de ser pianista.
e é ao piano que (monsieur) romain duris melhor consegue algo que, em cinema, é raro.
a tensão genuína daquele corpo diz tudo.
aquele corpo é a fita.
e a entrega é total.

se não fosse por mais nada, "de tanto bater o meu coração parou" ficaria na história pelo mais belo título de sempre e pelo mais belo cartaz de sempre.
mas, não.
tem muito por onde se pegue.